quinta-feira, 9 de julho de 2009

Crónicas de um falso messias ep.1

Qual será a sua missão neste mundo povoado por uma série de gente diferente, alternativas (independetemente do que isso quererá dizer), umas malucas, outras normais e outras góticos?Ninguém sabe, muito menos ele, ser antipático com um sentido crítico apurado, principalmente em relação a góticos, que se considera uma pessoa perfeitamente normal, enquadrada na sociedade lisboeta. À primeira vista ele não poderia ser um messias, um messias é de todos, pessoas e lugares, e se ele se define numa localidade e sociedade precisa, não estaria a cumprir com os requesitos mínimos, estes não sendo impostos, são intrínsecos ao pensamento da sociedade ocidental moderna. Talvez, daqui a uns 300 anos já seja de aceitação geral, como o messias ocidental anterior, que só passado quase 300 anos da sua morte, um imperador o aceitou como messias e fez da sua fé a religião oficial do império. Mas não estou a narrar os feitos do messias que já todos conhecem.
Por enquanto ele não sabe o que o espera, que divinos trabalhos o esperam! Mas o começo da sua demanda estava próxima e por enquanto, ele tinha que diambular sem saber que os seus artisticos objectivos iriam perder todo o sentido, porque por mais interessante que os intelectuais achassem, a sua vida teria que mudar independemente porque os populares iriam achar a sua arte lixo, o que era realmente.
Por muito que ele não gostasse de góticos, ele tinha que conviver com eles devido à sua namorada com amigos deste tipo... Deste modo, surgiu-lhe uma epifania, estava na altura de converter sem-almas nuns afortunados, converter góticos em pessoas. Desiludam-se os ingénuos que sonham com o acontecimento deste misterioso acontecimento espiritual enquanto ele estava na casa de banho. Não! Mesmo. Aconteceu durante o sexo, com a sua companheira, a qual era referida por hot chick em conversas entre amigos. Desafortunadamente, o sexo foi interrompido abruptamente e ele passou umas noites no sofá, já para não falar de comer ovo mexido todos os dias, porque era a única coisa que ele sabia fazer. Coitado, cumprir missões celestiais à base de comida pouco saborosa é dose, ainda para mais sabendo ele que era comida de verdes, aqueles com rastas, esses também deveriam ser convertidos, mas os animais de estimação não eram autorizados a entrar no céu, logo a conversão foi encarada como uma perda de tempo.
Quase que por coincidência ou toque divino de deus, isto porque se acredito no messias seria incoerente não acreditar na máxima de que "tudo acontece por uma causa", nessa mesma noite à da epifania, o messias e a sua namorada foram a um jantar de anos de uma gótica. A ocasião não podia ser melhor, muitos góticos numa só mesa, não seria preciso mais do que duas horas para os converter, pois as suas conversas não passam da cultura superficial, sabem sobre muita coisa, mas ficam-se pelos nomes. Falhanço épico, pensaram os empregados de mesa. Vinte góticos e um jovem vestido de vermelho. Desenganem-se, estava planeado. Só a T-shirt vermelha atraíu 4 morcegos, que se revelaram pessoas interessantes, mas por sua vez afastou os mais elitistas que o chamaram de punk, como tentativa de ofensa, tentativa mordaz falhada de insulto, primeiro porque não sabem o significado do termo jocoso, depois porque são ignorantes ao ponto de não terem conhecimentos da origem do seu estilo horrível. Mesmo assim, o balanço não foi mau de todo. 4 convertidos, ainda foram beber café a um bar retro com música jazz, mas felizmente tiveram o descernimento de beber o café a correr e fugir dali. Quatro góticos convertidos sem cair nos ideiais dos pseudo-intelectuais que bebem café em sítios, em todo o sentido arquitectónico desta palavra, retro com música jazz, esta noite não podia ter corrido melhor. Pensou.

2 comentários:

Gonçalo disse...

o texto está todo giro e todo correcto, mas nao percebo, de todo, onde queres chegar.

penso que o dread de vermelho sejas tu, há uns tempos atrás.

Pseudónima disse...

Gosto especialmente da t-shirt vermelha que declara 'Your Daughter is in Good Hands'. =P

E viva os arco-íris e o mundo não- gótico!

(Amo-te).